A N S I E D A D E – palavra que está cada vez mais presente na realidade do povo. Cada vez de forma mais frequente, as pessoas tem me procurado com sintomas de ansiedade e solicitando fórmulas mágicas para resolvê-la. Mas e esse título, Gio, o que tem a ver?
Esse título foi escolhido propositalmente, pois neste momento de Pandemia do COVID-19, muitas pessoas estão apresentando quadro sintomático de ansiedade. Neste grupo de pessoas, algumas lidam com naturalidade, entendendo que faz parte do momento que estamos vivenciando, outras estão preocupadas e buscando auxílio psicológico/psiquiátrico, e outras estão se autodiagnosticando e se automedicando. Minha orientação é: tenham calma.
Estamos passando por um momento difícil, em dimensão mundial. É NATURAL que nossas emoções se manifestem por algum mecanismo visível, que pode ser a ansiedade, o estresse, dentre tantas outras maneiras de manifestação. Seria muito estranho se não sentíssemos nada, diante deste momento de tensão estamos vivenciando.
Apenas para esclarecer, temos dois grandes grupos de ansiedade: a ansiedade natural, aquela que nasce conosco e é considerada saudável – aquela que serve para nos manter alerta e que surge diante de uma situação desconhecida, como uma entrevista de emprego, uma prova difícil, uma situação esperada e desconhecida. Essa é uma ansiedade que aparece em algumas situações mas a pessoa consegue lidar com ela, ou seja, não ocasiona nenhum prejuízo na vida como um todo.
Quando pensamos na ansiedade patológica, trata-se de compreender que o nível daquela ansiedade saudável aumentou significativamente, e começa a apresentar sintomas psicofísicos – que podem surgir nas questões psicológicas e físicas, como taquicardia, sudorese, sensação de desmaio, boca seca, dentre outros. Quanto aos sintomas psicológicos, podem surgir prejuízos como o de não conseguir realizar atividades que antes realizaria tranquilamente, como ir ao trabalho, por exemplo, bem como intenso sofrimento perante ao futuro: não vive o hoje, está sempre no amanhã.
No caso da ansiedade patológica, é necessário tratamento psicológico aliado a psiquiatria em alguns casos. Caso não tratada, pode evoluir para outros quadros patológicos que envolvem maior dificuldade de lidar.
Mas Gio, essa ansiedade que o pessoal está sentindo diante da pandemia é saudável ou patológica?
Depende. Muito provavelmente, pessoas que sentiram ansiedade já sentiam antes e não se davam conta, ou tinham algum tipo de pré disposição em sua dinâmica de personalidade. Mas tenha calma: não é seu papel diagnosticar e nem medicar ninguém (nem a si mesmo).
Minha orientação é você faça uma avaliação: está ansiedade esta causando sofrimento? Está difícil de lidar? Está lhe causando prejuízos? Ela esta impedindo que você realize atividades que antes realizava normalmente? Se sim, procure um profissional da saúde mental para avaliarem o que está acontecendo.
Falando em aspectos gerais, é natural que as pessoas apresentem e sintam algumas emoções de maneira mais intensa diante da situação em que estamos vivenciando, mas cada caso deve ser avaliado de forma particular. Não se compare: você é único, por isso, entenda que se a medicação X deu certo para a sua vizinha, não significa que a dosagem é a ideal para você: para isso existem os psiquiatras – para lhe auxiliar nesse sentido.
Pedir ajuda é sinônimo de coragem, e não de fraqueza.
Coragem de olhar para si, de enfrentar a situação de frente e não esconder-se dela. Geralmente, pessoas que possuem preconceito com psicoterapia/psiquiatria passam anos da sua vida sofrendo por algum acometimento que poderia ser tratado e resolvido com a ajuda destes profissionais – se você está sentindo necessidade, busque.
Mas lembre-se que és um ser humano, único e que precisa cuidar de si mesmo. Neste momento de pandemia, vamos cuidar da nossa saúde física, seguindo as orientações da OMS, e da saúde emocional. Uma dica bônus é desligar-se das notícias e selecionar momentos do seu dia para acompanhar – todo excesso faz mal, e isso diz respeito as notícias também!
Se cuida, viu?
E se desejar conversar, fico à disposição.
Abraço fraterno!
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