Escrevo ou não escrevo, conto a minha história sobre o assunto mais falado em 2020, a vocês ou não?! Tah!Tah! Eu vou iniciar a digitação e deixá-los por dentro do meu certame, no enfrentamento ao novo coronavírus.
Ao final de dezembro na casa da lagoa, me bateu um desconforto, seguido de dor no corpo e aumento moderado da temperatura. Nem liguei pra isso, afinal, os cuidados foram tomados o ano todo, e continuava nestes. No dia 3 de janeiro tive que bater à porta do hospital. O médico em seu diagnóstico falou em covid, que se confirmou horas depois … Quando já em casa, o serviço de comunicação me ligou informando o resultado do teste, que fora positivo. Gente, não foi a melhor notícia, tive que digerir ela pouco a pouco.
Na lagoa a ideia era eu levantar acampamento, mas, por consenso fizemos ao contrário, permaneci. O que mais me incomodava era que a Dona Maria, mais conhecida como minha mãe, estava comigo em casa. Fui acometido por premissas não muito agradáveis, que só cessariam com resultados médicos negativos dias depois, para ela e para os demais da família. O negócio do “corona” era comigo mesmo!
No cotidiano do lar, os objetos como talheres, copos, pratos, toalhas de rosto e outros, cada um tem os seus. Mais a higienização das mãos com água sabão ou álcool em gel, e um certo distanciamento, mesmo dentro de casa. Talvez isso tenha contribuído para a não disseminação do bichinho por aqui. Ufa!
Com quase 10 dias de antibiótico na cara, a febre não cessou, e a fome partiu. Foi aí que decidi baixar no hospital, foram mais sete dias de luta, eu e vários anjos de carne e osso, versos o “meu” Covid 19 … “Meu”? Que intimidade né gente!? Tô fora!
A maior parte do tempo pronado, decúbito ventral ou como a fala mais conhecida, de barriga para baixo. Usava cateter de oxigênio, que por onde eu fosse dentro do quarto, ele me acompanhava. A velocidade de meus atos nos primeiros dias de internação era devagar ou quase parando. Qualquer pequeno esforço a mais, a dispneia (dificuldade em respirar) pegava. Sem falar que o corona me empurrava para pensamentos não muito positivos, situação relatada por outros que estiveram no mesmo barco. Foi quando do terceiro para o quarto dia de internação, a febre desapareceu ….
Desse momento em diante a retomada iniciou, os resultados dos exames laboratoriais começaram a vir com números favoráveis. O clima pesado começou a dar lugar a um ambiente leve e descontraído. A alta estava próxima!
No sétimo dia, nas primeiras horas da manhã, como de costume um médico passava. Em pé fora do leito o recebi, me mostrou mais números dos últimos exames, e em ato contínuo disparou: “Carlão tais de alta!!”. Fui tomado pelo sentimento exacerbado de gratidão naquele momento, e logo informei a família, que estava pronto para ir embora. Entre lágrimas e sorrisos, voltei de carona pra casa da lagoa …. ao som de: Te agradeço, do Diante do Trono:
A todos os funcionários do Hospital Unimed Criciúma, que de forma direta e indireta participaram da minha cura, o meu muito obrigado!
Eu sou Carlos Cypriano, especialista em Emergência Pré-Hospitalar e Segurança Contra Incêndio e Pânico.